Me deixaste

Me deixaste, para que rasgue o meu lábio de tão árido
Com a sede intensa dos teus húmidos beijos
Que acudiam com volúpia o meu suspiro ávido
Que balançava minha estrutura e me punha em despejos

Me deixaste para que viva melindroso
Sem a ancora do teu abraço
Sem o conforto do seu regaço
Neste meu mundo tenebroso

Me deixaste para que os meus olhos tinjam em vermelho
De tanto derrame, de penosa amargura
E vaguei pelo mundo nas asas da loucura

Me deixaste a mercê da sorte
Para que me precipite na voragem
Para que fatalmente beije a morte

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